No Brasil, os bancos ainda são a principal fonte de crédito para as empresas, mas, em tempos de crise, se mostram pouco eficientes para fazer o dinheiro chegar aos pequenos e médios negócios com agilidade. Listamos aqui três razões pelas quais o crédito não escoa como deveria para essas empresas:
1 - Em uma crise, os bancos – assim como outras empresas – prezam a liquidez, especialmente enquanto a incerteza estiver alta. Não adianta ter um funding mais barato se o risco de crédito do tomador dos recursos for mais alto;
2 - As condições para empréstimos bancários são aprovadas por diversos comitês que se reúnem esporadicamente. Essas decisões costumam ser tomadas com um horizonte econômico previsível, o que não ocorre agora. Não houve tempo hábil para as instituições analisarem suas condições de empréstimo;
3 - Pequenas e médias empresas não são o alvo primordial dos bancos, o que distanciam esses dois lados do mercado. Muitas vezes, o tomador do empréstimo não vai buscar socorro nessas instituições por falta de relacionamento ou por desconhecimento de como funcionam essas linhas de crédito.
Além disso, a realidade nos mostra que apenas 1% dos R$ 40 bilhões liberados pelo governo para bancar a folha de pagamento das PMEs foi liberado até agora, numa clara demonstração da ineficácia dessa medida para a atual crise, informa a reportagem de hoje publicada no ESTADÃO. A vacina para o problema de crédito não virá do sistema financeiro tradicional, ou seja, dos bancos.
Já existem soluções de mercado para salvar as pequenas e médias empresas de uma quebradeira geral. A ideia da Kobold é usar o mercado de capitais para fazer o crédito escoar de forma eficiente e justa para os ecossistemas de negócios em torno das grandes empresas - tendo, inclusive, o poder público como participante desses fundos, reduzindo a necessidade de desembolso por parte do governo.