De todas as crises que vivenciei, a atual tem uma coisa em comum com as demais do ponto de vista do crédito:
em um momento de risco mais alto, as estruturas financeiras não conseguem ter clareza das variáveis e acabam tratando as empresas e pessoas que tomam crédito de forma igual, sem separar o que é bom do que é ruim, precipitando problemas maiores em vez de encontrar soluções. As crises costumam evidenciar as ineficiências. E com essa não tem sido diferente.
Mas essa, ao contrário de todas as anteriores, tem um aspecto novo. O inimigo comum a todos – pessoas físicas, jurídicas, bancos, governos – fez a sociedade civil se organizar de maneira mais empática. Em 2008, vimos uma reação contra os bancos, mas não era algo que tocava todos. Fico chocado com alguns absurdos, mas comovido com a rede de colaboração que está sendo criada. Essa crise de tem o poder de reinventar a sociedade. Acho pouco provável que as pessoas vão olhar para as outras da mesma forma. O mesmo vale para empresas, que no fim das contas são formadas por pessoas.
E o que isso tem a ver com crédito? Ele também vai precisar se adequar a essa visão colaborativa. Nenhuma empresa ou pessoa é uma ilha. Eles só prosperam quando todos ao seu redor prosperam juntos.